Mês da Mulher: conheça mulheres que movimentam a cidade
A Ceturb-ES, dando continuidade às ações realizadas em comemoração ao Mês da Mulher, está promovendo a campanha institucional "Mulheres que movimentam as cidades", uma iniciativa para dar visibilidade às funcionárias da Companhia.
A campanha traz o holofote para mulheres atuantes em setores estratégicos e essenciais para o funcionamento dos sistemas de transporte gerenciados pela Ceturb-ES, mas que, no geral, não são percebidas pelo público. Alguns exemplos são o sistema Transcol, o Aquaviário, o Transporte Intermunicipal, o Mão na roda, entre outros, que tem participação essencial de mulheres em suas operações.
Para tal, foram realizadas entrevistas com algumas delas, para conhecer o lado de quem faz parte deste dia a dia e enfrenta os desafios de um ambiente de trabalho muito mais masculino que feminino.
Natalie Cuzzuol, Gestora da Rodoviária de Vitória, comentou sobre essa questão que perdura em nossa sociedade, mas registra um quadro em melhora nos últimos anos: “Acredito que a deslegitimação e a falta de respeito por pura questão de gênero ainda exista, mas muito menos do que 20 anos atrás, quando comecei minha carreira. Atualmente, acredito que sejamos mais incluídas e vistas como capazes para exercermos nossas profissões, ainda que a discriminação continue a acontecer com muitas de nós.”
Este cenário é exacerbado no contexto do profissional do transporte público, onde há a clara predominância do sexo masculino nos postos de trabalho.
Eliana Fairich, fiscal nos terminais do Sistema Transcol, ressalta que atuar no mercado de transportes ainda é muito desfavorável para as mulheres.
“O transporte público por ter, ainda, a predominância de trabalhadores do sexo masculino, temos alguns problemas. No meu cargo de agente de transporte, por exemplo, não representamos nem 10%, então a desigualdade é um dos desafios, retratada na rejeição de alguns homens de receber comando de mulheres, a ideia da mulher como o sexo frágil, a visão de características femininas como incapacidades, entre outras questões”.
A marca da presença feminina se faz sentir, muitas vezes, em atitudes que fazem enorme diferença na vida dos usuários do transporte coletivo. Algumas histórias especiais fazem todo o trabalho duro valer a pena, como a contada pela fiscal Sinara Alves.
“Chegou uma mulher desesperada, procurando a mãe, que havia descido do ônibus e estava desaparecida. Logo, comecei a ligar para todos os terminais nos quais a linha fazia integração, além de tentar contatar a polícia. Após mais de 3 horas e nenhuma notícia, recomendei a ela que se acalmasse e voltasse para casa, dizendo: ‘Quem sabe você não terá uma surpresa ao chegar?’. Passado algum tempo, ela me ligou, relatando que a mãe estava em casa, que havia descido num ponto, antes mesmo do ônibus sair do bairro, e disse que ela estava começando a demonstrar sinais de Alzheimer e, por isso, ficaria mais atenta dali em diante. Ela me agradeceu e fiquei muito feliz e aliviada. Inclusive, até hoje trocamos mensagens.”